No dia 19 de setembro de 2010 a Operação Lei Seca, como uma política pública, inédita na federação brasileira, completou um ano e meio de atividades ininterruptas, todas as madrugadas, ou seja, 540 dias, com resultados altamente positivos, eis que ao longo desse período conseguiu evitar que 5.240 pessoas fossem vitimadas no trânsito, com ferimentos mutilações e/ou mortes.
Mortes que, por exemplo, na Barra da Tijuca, segunda colocada no “ranking” de acidentes de trânsito, só superada pela Av. Brasil, conseguimos reduzir em 43% no ano de 2009 em relação a 2008, já que neste ano morreram 70 pessoas e, em 2009, 40 vidas foram ceifadas, razão de continuarmos a realizar as nossas ações nesse bairro praticamente todos os dias da semana, porque entendemos que 40 mortes ainda é uma tragédia. Quanto vale uma vida?
Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada nos estados da federação brasileira, divulgada em 18 de junho do corrente ano, apontou o Estado do Rio de Janeiro como o primeiro colocado em redução dos acidentes de trânsito, com 32% menos acidentes no período após a edição da Lei Federal 11.905, de 18 de junho de 2008, em relação ao ano anterior.
Acaba também de ser divulgada uma pesquisa realizada pelo Departamento de Enfermagem de Saúde Pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por iniciativa dela própria. Os dados colhidos por essa acreditada instituição, apontam que a maioria significativa da sociedade aprova essa política pública, o que já fora atestado anteriormente por outra instituição – Instituto Brasileiro de Pesquisa Social que, em março deste ano, registrou 97% de aprovação da população à Operação Lei Seca.
Alguns dados interessantes da pesquisa da UFRJ, entretanto, devem ser ressaltados:
Primeiro a redução do número de recusas ao teste do etilômetro, que no início das operações era da ordem de 10 a 12% e que nesta pesquisa, num universo de 362 pessoas abordadas, apenas 5 se recusaram a fazer o teste, representando 1,4%. Isso se explica em razão de ter havido uma mudança comportamental importante da sociedade do Rio de Janeiro que, entendendo que a Operação Lei Seca não é contra a bebida e sim a favor da vida, quando deseja beber não dirige e, portanto, não tem porque deixar de fazer o teste.
Outro item relevante é a confirmação de que a grande maioria dos cidadãos, quando abordados, não tem alcoolemia. Na pesquisa em questão, de 362 pessoas ouvidas, 95,9% não tinham nenhum grau de alcoolemia; apenas 2,8% haviam consumido bebidas, consideradas as 5 recusas aos testes.
A contribuição da Operação Lei Seca para a redução da violência e da criminalidade é outro aspecto importante da pesquisa, apontando que 91,7% dos pesquisados disseram que acreditam que a Operação contribue para o aumento da segurança. Tal conclusão se confirma, face aos inúmeros casos que temos registrado em que a Operação Lei Seca evitou roubos, assaltos e outros delitos, inclusive de seqüestro, o que tem dado ensejo a várias solicitações de bairros e municípios para que façamos as nossas operações nessas localidades, não só para fiscalizar as pessoas que estão sendo vitimadas por ingerirem bebidas alcoólicas e dirigirem e/ou pelos delitos do cotidiano.
O fato é que a vida está vencendo a morte, para a felicidade de todos e de cada um de nós.
Carlos Alberto Lopes é subsecretário de estado de governo e coordenador-geral da Operação Lei Seca.