Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2012.
Senhora Presidenta,
No dia 3 de maio deste ano, como líder do meu Partido PMN,
convidado a participar da reunião do Conselho Político de sua gestão
governamental, juntamente com os deputados e senadores líderes de outros
partidos, no Palácio do Planalto, fui um dos poucos que, fazendo uso da
palavra, apoiaram a sua proposta de redução dos juros, foco maior de uma nova
política de desenvolvimento para o nosso país, a fim de que o mesmo não
entrasse na crise financeira internacional, com atores de peso como os Estados
Unidos e vários países importantes da Europa: Alemanha, Inglaterra, França, Itália,
Espanha, Portugal, Grécia, entre outros deste mundo de Deus.
Contrapondo-me aqueles que temiam o enfrentamento de Vossa
Excelência a fortes grupos financeiros, arvorei-me, com todo o respeito aos
meus pares, que a senhora não deveria temer tal proposição, eis que a sociedade
brasileira não aguenta mais pagar juros extorsivos, em todos os segmentos
financeiros, em especial aos bancos, freando o desenvolvimento de nosso país,
tão necessário para que não entrássemos no turbilhão da crise.
Vossa Excelência, corajosamente, começou fazendo o “dever de
casa”, fazendo baixar os juros dos bancos estatais – Caixa Econômica Federal e
Banco do Brasil – do que resultou na queda gradual dos juros dos bancos
privados.
Evidente que numa economia da dimensão da nossa, 6º lugar no
ranking mundial, como apregoam os especialistas, esse “remédio” não basta para
fazer com que a mesma possa ter musculatura suficiente para enfrentar a
turbulência da economia globalizada.
No momento em que Vossa Excelência luta incessantemente para
que o Brasil não entre na crise financeira internacional, tomando toda a sorte
de medidas para preservar e incentivar o nosso desenvolvimento, eis que surgem
interesses políticos menores, eleitoreiros, demagógicos, desavisados e
inconstitucionais, na Câmara dos Deputados, para aprovar um Projeto de Lei
pernicioso ao Estado do Rio de Janeiro, com a queda em cascata de todas as
atividades econômicas e, de resto, ao Brasil, como se o Estado do Rio de
Janeiro não transacionasse com os nossos outros estados irmãos.
Não preciso falar nos números porque a senhora, como
profissional da área do petróleo e gás, os conhece sobejamente, e muitos já os
explicitaram.
Presidenta Dilma Rousseff, a senhora é uma estadista. Sabe
que o Brasil é um país fadado a ser uma das maiores potencias mundiais; sabe
que para tanto tem que estar inserido no concerto das Nações e que para isso é
preciso ter credibilidade e respeitabilidade dos outros países.
Tenho certeza de que a senhora não sancionará este projeto
que rompe com o pacto federativo do nosso país, até porque já explicitou isto a
3.000 prefeitos preteritamente.
Este projeto, como está, trará imensos prejuízos ao Estado
do Rio de Janeiro, ao Brasil e, pior, às relações atuais e futuras com os
outros países, que, certamente, pensarão mil vezes antes de firmar contratos
com um país cujos alguns parlamentares pretendem não respeitá-los, inclusive
ferindo de morte a sua Lei Maior, a nossa Constituição Federal.
Carlos Alberto Lopes
Deputado Federal – PMN /RJ