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terça-feira, 27 de novembro de 2012

CARTA ABERTA À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF




















Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2012.

Senhora Presidenta,

No dia 3 de maio deste ano, como líder do meu Partido PMN, convidado a participar da reunião do Conselho Político de sua gestão governamental, juntamente com os deputados e senadores líderes de outros partidos, no Palácio do Planalto, fui um dos poucos que, fazendo uso da palavra, apoiaram a sua proposta de redução dos juros, foco maior de uma nova política de desenvolvimento para o nosso país, a fim de que o mesmo não entrasse na crise financeira internacional, com atores de peso como os Estados Unidos e vários países importantes da Europa: Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, entre outros deste mundo de Deus.

Contrapondo-me aqueles que temiam o enfrentamento de Vossa Excelência a fortes grupos financeiros, arvorei-me, com todo o respeito aos meus pares, que a senhora não deveria temer tal proposição, eis que a sociedade brasileira não aguenta mais pagar juros extorsivos, em todos os segmentos financeiros, em especial aos bancos, freando o desenvolvimento de nosso país, tão necessário para que não entrássemos no turbilhão da crise.

Vossa Excelência, corajosamente, começou fazendo o “dever de casa”, fazendo baixar os juros dos bancos estatais – Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil – do que resultou na queda gradual dos juros dos bancos privados.

Evidente que numa economia da dimensão da nossa, 6º lugar no ranking mundial, como apregoam os especialistas, esse “remédio” não basta para fazer com que a mesma possa ter musculatura suficiente para enfrentar a turbulência da economia globalizada.

No momento em que Vossa Excelência luta incessantemente para que o Brasil não entre na crise financeira internacional, tomando toda a sorte de medidas para preservar e incentivar o nosso desenvolvimento, eis que surgem interesses políticos menores, eleitoreiros, demagógicos, desavisados e inconstitucionais, na Câmara dos Deputados, para aprovar um Projeto de Lei pernicioso ao Estado do Rio de Janeiro, com a queda em cascata de todas as atividades econômicas e, de resto, ao Brasil, como se o Estado do Rio de Janeiro não transacionasse com os nossos outros estados irmãos.

Não preciso falar nos números porque a senhora, como profissional da área do petróleo e gás, os conhece sobejamente, e muitos já os explicitaram.

Presidenta Dilma Rousseff, a senhora é uma estadista. Sabe que o Brasil é um país fadado a ser uma das maiores potencias mundiais; sabe que para tanto tem que estar inserido no concerto das Nações e que para isso é preciso ter credibilidade e respeitabilidade dos outros países.

Tenho certeza de que a senhora não sancionará este projeto que rompe com o pacto federativo do nosso país, até porque já explicitou isto a 3.000 prefeitos preteritamente.

Este projeto, como está, trará imensos prejuízos ao Estado do Rio de Janeiro, ao Brasil e, pior, às relações atuais e futuras com os outros países, que, certamente, pensarão mil vezes antes de firmar contratos com um país cujos alguns parlamentares pretendem não respeitá-los, inclusive ferindo de morte a sua Lei Maior, a nossa Constituição Federal.    

Carlos Alberto Lopes
Deputado Federal – PMN /RJ