Esse é o título da entrevista dada pelo senador da República, Pedro Simon, à Revista VEJA, edição de 14 de janeiro de 2015.
Na foto da entrevista, entre aspas, o senador diz: "Nunca vi um momento tão dramático. Estamos diante de um dos maiores escândalos de corrupção do mundo."
Confesso que eu também, ao longo de 48 anos de serviços prestados ao meu país, exercendo diversos cargos de relevância na República, nunca vi nada parecido.
O câncer da corrupção entrou num processo de metástase.
O corpo Brasil (Correios, Mensalão, Petrobras, BNDES, etc-mil) está quase todo tomado por essa doença que, diante da justificativa de que é preciso ter governabilidade, cada vez mais se espraia, parece-nos incurável (leiam o meu artigo "A corrupção é inextinguível" no meu blog: carlosalbertolopesrj.blogspot.com).
Às folhas 2 da entrevista, o senador Pedro Simon, diz: "O Congresso é um ajuntamento de corporações, sindicatos, empreiteiras, multinacionais. Ninguém ali fala pelo povo. Se deixar tudo calmo, não fazem nada, ou só fazem coisas de interesses de grupos".
Como testemunha ocular da história, infelizmente, tenho que concordar com a frase do senador, acrescendo: "... para engordar o caixa dois dos parlamentares que gastam milhões de reais para se (re)elegerem às custas do nosso dinheiro, ficando com o 'troco'".
Nosso dinheiro sim, porque quando os governos gastam mais do que recebem tem que aumentar os tributos (impostos, taxas e contribuições de melhorias) que pagamos, como estamos prestes a sofrer, conforme ilações do novo ministro da Fazenda.
Que não se diga que o senador está girando a metralhadora porque está se aposentando, decrépito, com 85 anos.
Em seu discurso de despedida, durante 4 horas, ao final, o senador chorou e foi aplaudido de pé por seus pares; certamente chorando de vergonha; chorando porque sabe que a história registra que em casos muito menos graves como os que estamos vivendo de forma inédita, por sua dimensão; como as "diretas já"; o impeachment" de um presidente da República, o povo teve que ir para as ruas.
Pena que a entrevista tenha sido publicada às vésperas do Carnaval, onde tudo pode acabar em samba; embora tenhamos alguma esperança, já que o senador diz que vai procurar a Ordem dos Advogados do Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fazer palestras, participar de debates, para oferecer soluções ao nosso país.