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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A CORRUPÇÃO É INEXTINGUÍVEL

O título deste artigo poderia ser: “Mar de Lama”; “Corruptos e Corruptores”; “Impunidade”; “Desfaçatez”; “Boca de Urna”; “Miliardários do Poder”; “Traidores da Pátria”; “Sanguessugas da Nação”; “Saqueadores do País”, dentre tantos outros.

E por que afirmo que a corrupção é inextinguível?

Porque não há como gastar 15 milhões de reais numa campanha eleitoral para deputado federal com salários líquidos de 20 mil reais/mês, ou 240 mil reais/ano, ou ainda, 960 mil reais nos quatro anos de mandato.

A conta é simples assim: 15 milhões menos 960, é igual a 14 milhões e quarenta mil reais.

Quem paga esta diferençazinha?

Alguns dirão “mal intencionados”: são as empreiteiras, os fornecedores, os prestadores de serviços em geral.

Vou lhes mostrar que não.

Vou lhes mostrar que quem paga a conta somos todos e cada um de nós, através dos tributos que recolhemos (impostos, taxas, contribuições de melhorias), os maiores do mundo.

Como funciona a roubalheira?

As obras, as aquisições, as prestações de serviços, são contratadas superfaturadas (com os preços maiores do que os de mercado); os agentes governamentais, indicados pelos políticos, recebem as chamadas propinas, ficam com uma parte e as outras são distribuídas a esses políticos que fazem um caixa-dois para, nas eleições, comprar as consciências de grande parte da população que mais precisa, sem que esta esteja preocupada com os destinos do País.

Afinal, se os agentes governamentais roubam, “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Não importa se esse pirão vai dar somente para um dia.

A gestão governamental maior os proverá com as “bolsas da vida”, na linha da antiguidade de que o que o povo quer é “pão e circo”.

Não sou eu quem digo. São os delatores do Mensalão; da Petrobrás; do BNDES, entre outros, que vem sendo desmentidos pelos salafrários governamentais, que tem a desfaçatez de vir à público dizer que são denúncias falsas, ainda que cada vez mais contundentes.

Tenho recebido inúmeras denúncias de que vários candidatos a deputados estaduais e federais do Rio de Janeiro gastaram verdadeiras fortunas nestas eleições para, inclusive, ter o chamado “foro privilegiado”, que tem que acabar, porque tendo que ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal, esses julgamentos, em razão de uma série de recorrimentos, levam anos para ser concluidos, muitos deles tendo os seus prazos extintos.

Eu vivi isto nestas eleições. Vários candidatos a deputados estaduais que queriam fazer “parceria” comigo, me apresentaram propostas, não de idéias, projetos, e sim de recursos para a campanha, três deles, no valor de 400 mil reais cada um, fora a “boca de urna”, como se 400 mil reais fossem 40 reais, com a cara mais lavada do mundo.

Triste, mas é verdade.

Evidentemente que não aceitei essa prostituição eleitoral.

Mas… os endinheirados o fizeram com toda a tranquilidade, sem sair de suas casas, através de seus “cabos eleitorais” ilustres, como prefeitos, vereadores, que ofereceram até 100 reais por cada eleitor na boca de urna, no melhor estilo de um programa de TV dominical, em que o apresentador pergunta à platéia “quem quer dinheiro?”, ficando com uma parte, porque ninguém é de ferro, reelegendo-se mais uma vez.

É por essa e outras razões que a corrupção em nosso País é inextinguível, enquanto não houver uma mudança radical na política brasileira.