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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

AMIGAS, AMIGAS, NEGÓCIOS À PARTE (A verdade custa caro)

Depois de 10 meses vendo a maior empresa do país “sangrando”, após as delações premiadas dos diretores da PETROBRAS e dos empresários que para ela prestavam serviços, na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, a presidente da Companhia pede demissão, juntamente com a sua diretoria.

As presidentes (da PETROBRAS e da República) agüentaram até onde puderam.

Teria a presidente da Petrobras pedido demissão ou foi demitida, em razão de, ao divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2014, não auditado, da Empresa, quando esta citando avaliações internas de que 88 bilhões de reais em ativos estariam supervalorizados devido à corrupção e a falhas administrativas, inclusive dizendo que os prejuízos poderiam ser ainda maiores???

Maiores, porque ela não deveria e/ou poderia explicitar mais 63 bilhões de reais de prejuízos causados pelo represamento dos preços dos combustíveis determinado pelo governo, totalizando o prejuízo absurdo de 151 bilhões de reais.

A presidente da PETROBRAS admite, agora, a corrupção e a falhas administrativas.

A pergunta que não quer calar é: como uma empresa do porte de uma PETROBRAS pode, durante mais de uma década, não ter controle de sua gestão, com a sua diretoria fazendo negócios escusos, à revelia de suas presidências e do seu Conselho de Administração, com prejuízos de bilhões e bilhões de reais, causando enorme prejuízos, sem precedentes na história mundial, aos seus investidores nacionais e internacionais???

O que dirão agora os parlamentares da base aliada e do próprio partido do governo, que foram à tribuna da Câmara e do Senado para dizer que não havia corrupção na Petrobras, em inúmeras oportunidades, como pude ver e ouvir, como deputado, de forma veemente, inclusive junto à mídia, explicitando que tudo não passava de um movimento orquestrado para denegrir a imagem da Empresa???

Ou realmente não sabiam da corrupção existente na Petrobras e/ou da dimensão dela ou foram beneficiários da mesma, para bancar as suas campanhas milionárias para se elegerem ou reelegerem e ficarem com o “troco”.

Um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, na semana passada, diz que as evidências são tão contundentes que, após o Carnaval, deverá começar a instruir os processos desses parlamentares apontados pelos delatores da referida Operação Lava-Jato.

Um dos ministros do Tribunal de Contas da União, recém empossado, informa que, ainda esta semana, vai avaliar se determina o bloqueio dos bens da presidente demissionária.

Parece-me que os órgãos do Judiciário e de Controle de Contas estão atentos a insatisfação generalizada da sociedade brasileira que clama não só pela punição judicial dos dilapidadores do patrimônio público (empresários, parlamentares, gestores públicos), mas também que estes devolvam, em sua totalidade, os recursos obtidos fraudulentamente.

Parafraseando o dito popular: “amigas, amigas, negócios à parte”.

Diante da dimensão das ocorrências havidas na Petrobras, com o risco do comprometimento da República, a demissão da diretoria da Petrobras já se fazia tardar, sob pena da perda total da credibilidade da empresa e do governo no cenário nacional e internacional; recuperação da credibilidade que vem sendo defendida pelo novo ministro da Fazenda e da própria presidente da República.