É de estarrecer. A Operação Lava-Jato, em sua nona etapa, em suas novas investigações,aponta que a BR Distribuidora, uma das subsidiárias da Petrobras, era alvo do mesmo esquema de corrupção que assolou a empresa-mãe.
A propina cobrada de fornecedores da BR Distribuidora variava entre 5% e 10% do valor dos contratos, os quais, segundo as investigações da Operação Lava-Jato, eram superfaturados para garantir lucro maior as empresas e repasse “comissões” a diretores da própria empresa BR Distribuidora, de diretores da Petrobras e agentes públicos.
Nesta quinta-feira – 5 de janeiro de 2015 – mesmo depois de março de 2014, quando foi deflagrada a Operação Lava-Jato, a Polícia Federal apreendeu na empresa Arxo – fabricante de caminhões-tanques e tanques de armazenamento de combustíveis para aeroportos – 1.400 documentos , entre eles notas e contratos, grande quantidade de dinheiro, escondido em fundos falsos de móveis.
Segundo os investigadores, a Arxo pagou propina no fechamento de somente um contrato com a BR Distribuidora, para fornecimento de 80 caminhões-tanque, 85 milhões de reais.
Além da BR Distribuidora, a Polícia Federal já tem indícios de cobrança de propina na Transpetro, outra subsidiária da Petrobras, cujo presidente, Sérgio Machado, licenciado desde novembro de 2014, depois de ter sido denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, de ter recebido 500 mil reais de propina, renunciou nesta quinta-feira, bem como em obras realizadas no Ceará e na Sete Brasil e aquisição de 20 barcaças.
A Polícia Federal está convencida que o mesmo “modelo de negócio” era adotado em todas as subsidiárias da Petrobras, a saber: além da BR Distribuidora e a Transpetro; Petroquisa; Braspetro; Interbrás; Petrofértil; Petromisa; Petrobras biocombustível; Petrobras Energia e Participações; Petrobras Gás S.A; Petrobras; Petrobras International Finance Company.
Certamente, a Justiça Federal do Paraná levantará as ações desenvolvidas por essas empresas e, pelos indícios, os prejuízos do Sistema Petrobras deverão ser bem maiores, que poderão comprometer os gestores públicos da República, que atuam no poder Executivo e integrantes do Legislativo.
Corrupção sem fim porque outros segmentos vem sendo alvo de levantamentos pelos órgãos de controle, tais como: empresas do governo de previdência complementar; empréstimos “secretos” nacionais e internacionais feitos pelo BNDES, sem autorização do Congresso Nacional, dentre outros.
Corrupção que, em razão da sua dimensão, poderá ferir de morte as instituições da República, sem sabermos quais os seus desmembramentos, para tristeza de todos os brasileiros de boa fé.