Decorridos 30 anos, como testemunha ocular da história, posso dizer que ele tinha razão.
Nestas eleições de 2014, centenas, talvez milhares de denúncias, deram conta dos "desacertos" quando da ida dos eleitores às urnas para votar; com urnas sumidas e encontradas em matagais; votação digital sem ser completadas, sem a aparição das fotos dos candidatos; votações, sem ser digitais, com os eleitores votando em nome de outros eleitores (como foi o meu caso, na 216a Seção, da Zona 104, em Itaboraí, com um cidadão votando e assinando no meu nome).
Os resultados apresentados pelo Tribunal Regional Eleitoral, no meu caso e de muitos outros candidatos, são incompatíveis com os votos que foram dados pelos nossos eleitores, eis que famílias inteiras que me conferiram os seus votos, na mesma Zona Eleitoral e Seção, não apareceram: em alguns municípios, inclusive municípios em que nunca estive presente, em cada Zona e muitas Seções tive um único voto.
O que fazer?
Não há o que fazer, porque não há provas materiais, com papel, que possa comprovar a fraude.
A minha suspeita aumenta na medida em que dezenas de segmentos, tais como taxistas (50 mil); agentes penitenciários (20 mil ativos e inativos); agentes sócio-educativos (10 mil ativos e inativos), população do Rio de Janeiro que aprovou a política pública Operação Lei Seca, com o índice de 97%; o trabalho que realizei na Câmara dos Deputados, como líder do meu partido, que poderá ser analisado no meu blog:http://carlosalbertolopesrj.blogspot.com, em que se destacam a luta contra o pagamento dos 14º e 15º salários para os deputados; a defesa dos royalties, que me fazem crer que não poderia reduzir a minha votação de 2010, com 42.808 votos para 4.800 votos nestas eleições.
Reclamar a quem? Como diriam na antiguidade, quando alguém queria reclamar alguma coisa e que não tinha a quem fazê-lo:"VOU ME QUEIXAR AO BISPO".
Àqueles que possam dizer que é "choro de perdedor", contradito dizendo que "é tristeza de um cidadão que viu lesado o seu direito democrático de ter os seus votos seriamente computados". Num país em que a dinheirama compra os eleitores regiamente, pagando até 200 reais a cada eleitor na boca de urna, tudo pode acontecer.
Mas não ficarei de braços cruzados diante dessa prática eleitoral em que não se pode verificar os votos efetivamente dados aos candidatos.
No retorno agora à Câmara dos Deputados, apresentarei um Projeto de Lei em que na votação nas urnas seja adicionada a prova física do voto do eleitor a ser depositada pelo mesmo em urna própria - objetivando a possibilidade de recontagem manual se necessário.