Mas, quero dizer, que terminada a apuração das eleições de 2014, acreditem-me, estou aliviado.
Revelo hoje que, num determinado momento da campanha para reeleição, diante de tantos dissabores com a política e com os políticos, havia tomado a decisão de não concorrer novamente.
Aqueles mais próximos de mim sabem disso.
Só o fui em razão de projetos que vinha apresentando em nome da preservação da vida; em nome do combate à corrupção; em nome de uma nova reforma política, tributária, previdenciária, administrativa e ministerial, dentre tantas outras ações que vinha desenvolvendo e que podem ser vistas no meu blog: http://carlosalbertolopesrj.blogspot.com.
Revelo hoje também que nas eleições de 2010 relutei muito em ser candidato.
Fiquei uns 3 meses para aceitar o convite e ao ser perguntado porque não queria ser candidato, respondi que a política havia chegado ao fundo do poço; que tinha um nome a zelar e que não iria fazer o jogo sujo da política brasileira.
Fui candidato, em 2010, em razão da defesa da preservação da vida no trânsito, eis que, formulador e ex-coordenador da política pública Operação Lei Seca, desejava, como o fiz, apresentar o Projeto de Lei no 6.520/2013, em setembro daquele ano, que, se aprovado, estenderá a Operação Lei Seca aos 5.565 municípios brasileiros.
Sabia que a política não era uma coisa saudável, mas confesso que não sabia que era tão ruim, como pude presenciar nos bastidores do Congresso Nacional.
Graças a Deus e as minhas convicções, não me deixei levar pelos caminhos da corrupção que campeia desenfreada no meio político do nosso país.
Não participei de negociatas; de acordos escusos; de subserviências às propostas indecorosas; de votações combinadas; de toma-lá-da-cás; da compra de votos; etc.
Não ter me corrompido não é virtude, e sim obrigação.
Aqueles que estão surpresos com a minha votação inexpressiva, suspeito que:
- Urnas eletrônicas nas quais não podemos demandar uma recontagem manual, e sem nenhum tipo de validação externa ao governo de que o código em uso é isento de erros
- Um sistema de “voluntários” para a eleição despreparados para o pleito - por exemplo, quando eu fui votar, alguém já havia votado em meu lugar
- Um horário eleitoral gratuito absolutamente desigual
- Candidatos “ficha suja” concorrendo como se nada houvesse de errado com isso
- A pratica vergonhosa da compra de votos
Mas à população cabe uma parcela de responsabilidade pelos representantes e líderes que temos:
- Aceita uns trocados ao invés de examinar as propostas de cada candidato e seu histórico de trabalho e de vida
- Escolhe personalidades, ao invés de buscar pessoas efetivamente qualificadas e com um programa de trabalho definido, inclusive optando por verdadeiros “artistas” a título de “voto de protesto”
Estou em paz com a minha consciência. Trabalhei muito nesses quase 4 anos.
Não roubei. Não envergonhei a minha família, os meus familiares e amigos. Posso deitar à noite e colocar a cabeça no travesseiro sem sobressaltos. Posso, pela manhã, levantar e não ter vergonha de me olhar no espelho. Defendi minhas idéias, meu estado do Rio de Janeiro, e busquei ouvir meus representados - quantos podem dizer o mesmo?
Deixo o Congresso Nacional triste por tudo o que estamos vivendo em nosso país, mas com a consciência do dever cumprido.
Que Deus abençoe a todos e tenha compaixão dos homens e mulheres de bem do nosso país.