Há quase 5 décadas na administração pública brasileira (mais exatamente há 48 anos), com atuação nas 3 esferas da federação brasileira, em dois Poderes da República (Executivo e Legislativo), nunca poderia imaginar que chegássemos ao ponto a que chegamos em termos da desestruturação da nossa Nação, em especial com uma corrupção endêmica que corróe exponencialmente a vida de cada um de nós.
A desfaçatez é tão grande que as várias autoridades constituídas, nos 3 Poderes da República, tem a coragem, mercê da subserviência a que se submetem ao governo central, em razão das reciprocidades de que se tornam detentoras, de dizer descarada e reiteradamente que não houve corrupção no Congresso Nacional, no denominado Mensalão; na Petrobras, no apelidado Petrolão; nos acordos secretos do BNDES com países estrangeiros; nas aplicações dos Fundos de Pensão das Empresas Estatais; dentre tantas outras podridões que tomam de assalto o nosso País, ainda que o dirigentes dos órgãos de controle, como o Procurador-Geral da República; o presidente do Tribunal de Contas da União; a Polícia Federal; os juízos federal e estaduais; ministros do Supremo Tribunal Federal, entre muitos outros, sem falarmos das delações premiadas dos empregados das estatais, de doleiros e dos empresários, que afirmam peremptoriamente, inclusive com provas documentais, de que pagaram propinas bilionárias as mais diversas "autoridades" brasileiras e políticos ainda não nominados, na atual fase instrumental desses processos, para, cartelizadamente, vencerem as licitações (quando feitas), para a realização de obras, execução de serviços e fornecimento de materiais.
É, como já disse anteriormente, uma verdadeira chicana nacional.
Ainda ontem, 10 de dezembro de 2014, quinta-feira, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (Câmara e Senado), deputado Marco Maia, instalada para levantar os desmandos havidos na Petrobras, encerrou o seu relatório, sem pedir indiciamentos nem apontar o envolvimento de políticos e de empresários com o esquema de corrupção na estatal.
Na quinta-feira passada, 4 de dezembro, por 240 votos a favor e 60 contra, a Câmara dos Deputados, em seção conjunta do Congresso Nacional, votou a favor a flexibilização da meta fiscal do governo, com relação ao superavit primário, e o Senado votou também a favor dessa flexibilização por 39 a 1.
Não precisaremos mais ter economias para pagar o que devemos.
A prestação de contas de campanha da presidente da República, ainda que eivada de irregularidades apontadas pelos técnicos do Tribunal Superior Eleitoral, foi também aprovada, COM RESSALVAS, ontem, 10 de dezembro de 2014, pelo Plenário daquele Tribunal Superior, com o argumento dos ministros do TSE de que os documentos da campanha serão enviados à Receita Federal, ao Conselho Federal de Administração Financeira e ao Tribunal de Contas da União.
Por que? Os técnicos do Tribunal Superior não tem competência para apontar a essas irregularidades, especialistas que são na matéria e aqueles que ditam as normas de aplicação dos recursos?
Fazendo uma analogia com o Livro Bíblico do Apocalipse, no qual Jesus revela a João, fatos que aconteceriam ao longo dos tempos que seriam aqueles que dariam início ao fim do mundo, temo que essas mal fadadas revelações, no campo terreno, que vem ocorrendo no nosso dia a dia, prejudiquem ainda mais a população brasileira, que mais uma vez vai pagar a conta, com recessão, desemprego, inflação, altas taxas de juros, desinvestimentos, descrédito nacional e internacional, entre outros ingredientes da economia brasileira.
Que Deus tenha compaixão de nós, sobretudo daqueles que se indignam com a atual situação brasileira, como os 80 milhões de brasileiros que deixaram de votar, inclusive aquele que confiaram os seus votos a esses senhores que foram eleitos e/ou reeleitos, e agora se vem surpreendidos com decisões contrárias as promessas feitas na campanha eleitoral, porque nós temos sido incapazes e/ou ter a coragem de descruzarmos os braços para agirmos e não ficarmos assistindo ao descalabro que vem sendo praticado pelos agentes públicos e privados, como se nada estivesse acontecendo no Brasil.