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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

INDEPENDÊNCIA OU MORTE

O governo federal anunciou no dia 28 de novembro de 2014, os novos nomes da equipe econômica, a saber: para ministro da Fazenda o economista Joaquim Levy; para ministro do Planejamento, o economista Nelson Barbosa; para o Banco Central, continua o presidente Alexandre Tombini.

Com essa decisão inicial, na formação de seu novo governo, “liberta-se” a presidente da República daqueles que de há muito vem tentando crucificá-la, sobretudo os da ala radical do “seu” partido e dos aproveitadores dos “partidos da base”, que defendem a tese do quanto pior melhor, para tirarem proveito do descontrole, muitas vezes propositados, para chegar ao ponto em que chegamos, com uma corrupção sem precedentes no Brasil.

Com essa decisão, tenho a sensação de que a presidente vinha sendo aprisionada, desde o momento em que, achando que podia voar solo, demitiu no início de sua primeira gestão 8 ministros de estado por terem cometido “malfeitos”.

Parece que não podia. Tinha que atender obrigatoriamente a compromissos anteriormente assumidos.

A partir de agora, com o segundo mandato, nada a perder. É independência ou morte, eis que, se não se independer, mandando todo mundo às favas, comprometerá para todo o sempre o seu histórico profissional e de vida.

É evidente que a presidente, para poder governar, enfrentará dificuldades em manter a intensidade do governo de coalizão, tendo que dosar a participação política nos quadros ministeriais, preferencialmente aliando os novos indicados com capacidade técnica e gerencial.

Hoje, com 40 ministérios e seus “penduricalhos”, o governo gasta e desperdiça em despesas de custeio (pessoal e demais despesas) 7 vezes mais do que com as despesas de investimentos (aquelas destinadas as efetivas necessidades da população), talvez razão do não cumprimento, este ano de 2014, das metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, na Lei Orçamentária Anual, no Plano Plurianual de Investimentos e na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pelo perfil da nova equipe econômica, em especial o ministro Joaquim Levy, de quem fui contemporâneo no governo Sergio Cabral, eu como subsecretário de Governo e ele como Secretário da Fazenda, podendo observar de perto as suas ações, certamente as políticas a ser implementadas no País deverão privilegiar tudo aquilo negado na campanha presidencial, tais como: controle efetivo das despesas, maximização das receitas, com o cumprimento das metas fiscais; redimensionamento da máquina estatal; apoio ao desenvolvimento planejado, em parceria e com o chamamento da iniciativa privada, com a retomada do crescimento, a geração de emprego e renda, tudo em prol da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.

Àqueles que se perguntam se a nova equipe econômica vai ter autonomia para atuar, o novo ministro da Fazenda já respondeu: “se fomos escolhidos para atuar é porque há confiança em nosso trabalho”. Para um bom entendedor, um pingo é letra.

A presidente vai enfrentar muitas dificuldades com a ala radical do seu partido e com os sanguessugas dos partidos da base do governo, mas com essa equipe econômica podem tirar os seus cavalinhos da chuva, ou morreremos todos afogados.

Numa economia praticada com seriedade e competência não há segredos: é gastar menos do que se recebe para, com a poupança obtida, investir cada vez mais na melhoria da qualidade de vida da população e/ou pagar as dívidas (muitas vezes contraídas com irresponsabilidade), razão de ser das gestões governamentais. ´

É simples assim, como em nossas vidas familiares, mas para isso é preciso que o (a) chefe da família faça com que todos os seus membros entendam que é hora de apertar os cintos.

A época das vacas gordas na economia mundial acabou e nós não somos uma ilha isolada do mundo.

Seriedade que deveria ser assentada numa célebre frase de Tancredo Neves, quando então candidato à presidência da República: “No Brasil bastaria ter apenas uma lei, com dois artigos: Art.1º - É proibido roubar; Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.”

Eu, em consonância com o título deste Artigo, colocaria mais um: “Aquele que roubar, além de ter que devolver o produto do roubo, será colocado entre as grades para sempre."