O que vem a ser um herói? A definição mais simples que encontrei no mini dicionário Aurélio foi: “homem extraordinário pelos feitos guerreiros, valor ou magnanimidade.
Pois bem, hoje dia 7 de abril de 2011, tive a feliz oportunidade de, fortuitamente, conhecer um herói que se enquadra perfeitamente na definição acima.
Digo fortuitamente porque o conheci sem que tivesse a intenção de fazê-lo. Explico: designado que fui pelo presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, juntamente com os deputados federais Alessandro Molon e Stepan Nercessian, para acompanhar as investigações da chacina ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, estava no Quartel General da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, para uma audiência com o Comandante Geral – Coronel Mário Sérgio, quando, na sala do seu chefe de gabinete, coronel Millan, à espera do Comandante, adentra o nosso herói, e é emocionadamente aplaudido por todos os oficiais superiores que lá estavam.
Esse herói, não se tornou herói só pelo fato de ser um homem extraordinário pelo seu feito guerreiro.
Ele é um herói porque, além de sua extraordinariedade pelo feito “guerreiro”, tem valores excepcionais e magnanimidade incomum nos seres humanos nos dias de hoje, demonstrados em entrevista concedida no auditório do Quartel General à mídia ávida pelo “passo a passo” de suas ações em uma tragédia inédita em nosso país.
Esse homem, na referida entrevista, que presenciei, ao ser perguntado se considerava-se um herói, respondeu com uma sinceridade espantosa: “não me considero um herói, apenas cumpri a minha missão.”
À outra pergunta, se tinha filhos e qual foi a reação deles diante da tragédia ocorrida e de sua atuação, respondeu: “Tenho dois, uma menina e um menino. A primeira coisa que fiz ao chegar em casa, às 3 horas da manhã, após a minha ação, foi entrar no quarto da minha filha e beijá-la, que não acordou porque tem apenas 4 anos. Fiz a mesma coisa com o meu filho de 8 anos, que acordou e disse que estava orgulhoso de mim e voltou a dormir.”
A magnanimidade a que se refere a definição acima está encerrada numa outra resposta dada a uma pergunta se estava satisfeito com o resultado de sua ação: “Não. Não cheguei à tempo de salvar mais vidas. Não consegui prender o assassino, que morreu porque não queria ser preso e se suicidou”.
O que mais posso dizer desse herói? Apenas rogar que Deus o abençoe e guarde em sua nobre missão de proteger os cidadãos, para que, com saúde, possa continuar a desfrutar do milagre da vida.
Esse homem extraordinário pelo seu feito guerreiro, pelos valores demonstrados e pela magnanimidade do seu coração chama-se: MÁRCIO ALEXANDRE ALVES, sargento da Polícia Militar o Estado do Rio de Janeiro.
Carlos Alberto Lopes foi subsecretário de estado de Governo, ex-coordenador geral da Operação Lei Seca e é deputado federal.