A reunião foi para tratar de uma
questão seríssima, que vem freando o desenvolvimento do nosso País, assentada
no tripé: juros altos; valorização cambial; e impostos mal distribuídos.
A presidenta Dilma Rousseff não se
conforma – eu diria com razão – com os juros estratosféricos que são cobrados
pelos bancos e pelas instituições financeiras de uma maneira geral.
Como suportar a cobrança de juros de
14% ao mês nos cartões de crédito? Como admitir a taxa de juros cobradas pelos
bancos nos empréstimos à pessoas físicas e jurídicas a seu bel prazer, que
variam de acordo com a cara do cliente, aumentadas abusivamente sob o suposto
nível de inadimplência que poderão apresentar? Como aceitar juros, impostos
e/ou taxas tão pesados nas contas de luz, telefonia, gás, água, transportes,
habitação, alimentos, planos de saúde, dentre outras, num verdadeiro
esmagamento da sociedade, sobretudo a de menor poder aquisitivo? Como não nos
preocuparmos com a crescente valorização cambial que começa a acelerar-se, com
o consequente impedimento de nossas exportações e, portanto, diminuição da
nossa produção e do nosso crescimento?
Acresça-se a tudo isto, o fato de
que o governo, através do Banco Central, vem baixando a taxa de juros,
obrigando os bancos nacionais – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – a
diminuir as suas taxas e, dessa forma, não havendo razão para as nossas
instituições financeiras e bancárias privadas continuarem a praticar as mais
altas do mundo.
A nova política de investimentos
propugnada pelo governo, com relação a remuneração da caderneta de poupança,
atrelada a taxa SELIC, inteligentemente, não mexe com os investimentos,
sobretudo dos pequenos poupadores, que os já tinham até o dia 3 de maio; ou
seja taxa de 0,5 %, mais TR; o que muda são os novos investimentos que forem
feitos a partir de 4 de maio na caderneta de poupança se a taxa SELIC chegar a
8,5%, remunerando-a com 70%, mais TR.
Qual a vantagem dessa nova política?
Está no fato de que com a redução dos juros, certamente haverá mais crédito, a
menor custo, com menor inadimplência, com maior produção, maior consumo,
sobretudo de bens duráveis pela população de menor renda.
Historicamente, sabemos que a menor
taxa SELIC foi de 8,75% e, só a partir daí é que , segundo os cálculos do
governo, a poupança começaria a perde muito pouco para os outros investimentos,
resultados que só poderemos ver no tempo.
Mais importante do que tudo,
entretanto, é que o nosso País não pode ficar amarrado ao tripé já mencionado,
com o “cabresto” no cavalo Brasil, impedindo-o de competir, como deve, no hipódromo internacional, partindo da 6a para
a 5a posição na corrida do desenvolvimento.
Mais importante ainda é que,
parafraseando Abraham Lincoln, “um governo dever atender a todos, mas em
primeiro lugar ao cidadão simples que todos os dias levanta cedo para com o
suor do seu trabalho, construir o mundo em que vivemos”.
Louve-se, portanto, a coragem da
presidenta Dilma Rousseff..
Carlos Alberto LopesDeputado federal – Líder do PMN - RJ