Por Carlos Alberto Lopes
Como
tal, tem deveres litúrgicos e também de gestão governamental frente à “Nação
Vaticana”.
Pelo
que se tem conhecimento, a gestão de Bento XVI, a partir de 19 de abril de
2005, quando foi eleito Papa, foi pontilhada de problemas, tanto de ordem moral
dos membros da Igreja, com casos de pedofilia e desencontro de posições sobre
assuntos controversos, como a tolerância de uso de preservativos, como de
gestão dos negócios do Vaticano, com corrupção nos contratos realizados.
O
Papa, inicialmente, ao anunciar, no dia 11 de fevereiro de 2013, que iria
renunciar deixando o seu cargo, disse que havia tomado essa decisão porque, aos
85 anos, não se sentia mais com forças para cumprir a missão que lhe havia sido
dada por Deus.
A
fragilidade da saúde do Santo Padre vinha sendo agravada face à implantação de
um marco-passo há 10 anos atrás, que o mundo católico não tinha conhecimento, e
que há 3 meses atrás precisou de uma nova intervenção.
Hoje,
13 de fevereiro, o Papa ao ministrar a missa de 4ª feira de Cinzas na Basílica
do Vaticano, declarou que está deixando o seu cargo para o bem da Igreja.
Sua
Santidade, pelas normas da Igreja tem todo o direito de renunciar, sobretudo
pela coragem de abrir mão de um cargo de tamanha importância universal; afinal
o Papa é o representante maior da Igreja de Pedro na face da terra. Não deixa
de ser um ato de humildade do Santo Padre que, ao invés de criticarmos, devemos
enaltecer.
Embora
muitos tenham no Papa um conservador, portanto avesso à modernização da Igreja,
o que gostaríamos de saber é se aqueles que estavam a seu lado no início do seu
papado, em razão das ocorrências acima mencionadas, que o Chefe da Igreja
desejava passar a limpo, o espírito de grupo e de auto-preservação daqueles que
com ele não concordavam, passaram a solapá-lo a ponto de levá-lo a essa
decisão.
Com
todo respeito à Igreja, o fato é que, como qualquer Estado, há segredos que não
devem e/ou não podem ser revelados, razões que a própria razão desconhece, e
que só a história poderá revelar no tempo.
Quem
sabe, somente o padre JOSEPH ALOIS
RATZINGER, nome de batismo do Papa, e Deus possam conhecer as verdadeiras
razões do seu afastamento.
Carlos Alberto Lopes é deputado federal, líder do PMN - RJ