Total de visualizações de página

domingo, 22 de maio de 2011

ENTREVISTA COM O DEPUTADO FEDERAL CARLOS ALBERTO LOPES À REVISTA TAXI LIVRE

RTL – Deputado, passados 2 anos e 2 meses da Operação Lei Seca, muita gente ainda tem dúvida de quem realmente vem salvando milhares de vidas nos acidentes de trânsito. Afinal, quem salva é a Lei Seca ou a Operação Lei Seca?

CAL – Mas, porque essa pegunta?

RTL – Por que, por exemplo, ainda recentemente, alguns partidos políticos em seus programas eleitorais vem dizendo que a Lei Seca é quem tem salvo milhares de vidas.

CAL – Meu caro, isso é intriga da oposição (rindo). Você já viu alguma lei, decreto, resolução, portaria, pegar se não houver uma política pública que a coloque em prática? O Brasil está cheio de leis que não pegaram, sabe porque? Porque aqueles que as criaram as deixaram no papel. Não basta o legislador criar a lei. É obrigação do legislador fazer com que os poderes constituidos as cumpram. Afinal o legislador é ou deveria ser o fiscal da lei.

RTL – Mas então por que alguns políticos dizem que são os responsaveis pela salvação de milhares de vidas com a Lei Seca?

CAL – Porque as eleições municipais estão vindo aí (rindo). É preciso faturar junto à população e eles querem confundir os cidadãos falando sobre a Lei Seca como se fosse a Operação Lei Seca.
Não confundamos bife de caçarolinha com rifle de caçar rolinha (rindo). Volto a dizer o que venho dizendo há mais de 2 anos. AS LEIS SE NÃO FOREM SEGUIDAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS TORNAM-SE LETRAS MORTAS. Quem deu eficácia a Lei Seca foi a política pública Operação Lei Seca – Nunca Dirija Depois de Beber. O RESTO É ESTELIONATO ELEITORAL.

RTL – É verdade que alguns estados estão vindo ao Rio de Janeiro para ver como funciona a Operação Lei Seca, para aplicá-la também neles?

CAL – Estou cumprindo um dos meus compromissos de campanha. Como deputado federal, oficiei a todos os governadores, devidamente autorizado pelo secretário de estado de governo, que foi quem idealizou o Projeto Operação Lei Seca, colocando as coordenações de nossas equipes à disposição deles para transmitir as equipes de nossos co-irmãos estaduais todas as nossas informações. Os estados de Minas Gerais; Rio Grande do Sul; Mato Grosso e Rio Grande do Norte, até aqui, já estiveram com as nossas equipes no Rio de Janeiro para verificarem como formatamos e operacionalizamos a Operação Lei Seca. Estes fatos são a prova mais cabal de que quem salva vidas não é a Lei Seca e sim a Operação Lei Seca. A lei não formata e nem operacionaliza os projetos concebidos.

RTL – É verdade que o senhor está escrevendo um livro sobre a Operação Lei Seca?

CAL – É verdade. Aliás, este livro, que estou concluindo e já tem 30 capítulos, vai colocar um ponto final nessa brincadeira de quem salva vidas (rindo), se a Lei Seca ou a política pública Operação Lei Seca? Nele vou contar como o então Projeto Operação Lei Seca foi chancelado pelo governador como um programa de governo que custa R$ 9.600.000,00 (nove milhões e seiscentos mil reais) anuais; explicitarei todas as suas fases; o seu objeto; as suas metas; os órgãos envolvidos; os depoimentos dos cadeirantes; os seus resultados; as suas premiações; os registros de vidas salvas, mês a mês, dentre muitos outros pontos. Vai chegar a hora da verdade.

RTL – O senhor não fica chateado com a apropriação indébita de um projeto que não teve a participação dessas pessoas que se dizem os salvadores das vidas dos nossos semelhantes que são vitimados no trânsito?

CAL – Você conhece aquele ditado que diz que “a mentira tem perna curta”. Não fico chateado. Fico triste, pois no momento em que a sociedade clama por uma Reforma Política, quando, segundo os próprios políticos (tenho ouvido muito isto no Congresso Nacional), a política está desacreditada, alguns maus políticos insistem em querer ter ganhos com inverdades. É de se lamentar. Mas, olha, estou muito otimista com as mudanças que começam a ocorrer no Congresso, sobretudo com a renovação das cadeiras das duas Casas – Câmara e Senado – com gente nova que quer trabalhar com seriedade e transparência para construir um futuro melhor para o nosso Brasil. O que me entristece, por exemplo, é que essas pessoas querem tirar o crédito de quem verdadeiramente trabalha para salvar vidas, como os 170 integrantes da Operação Lei Seca, dentre eles os cadeirantes que estão nas ruas e avenidas todas as madrugadas; como os nossos taxistas que conduzem aqueles que desejam beber e se conscientizaram que não devem dirigir para não se matarem e/ou aos seus semelhantes.