A cada dia que passa surge um novo “malfeito” na Petrobras, para não usar a adjetivação correta: CORRUPÇÃO.
Nesta semana que se inicia, de 27 de abril, toma-se conhecimento que a empresa há uma década desembolsa milhões de reais para não utilizar um oleoduto de 500 quilômetros que atravessa a Amazônia e chega ao Pacífico através da Cordilheira dos Andes.
Trata-se de mais um contrato lesivo que a Petrobras assinou, em 2003, com a OCP Ecuador S.A, que lhe permitia usar o mencionado oleoduto para escoar a produção dos poços que vinha explorando no Equador.
Em razão de mudanças na legislação equatoriana, licenças ambientais impediram a continuação do trabalho nas reservas equatorianas, cujas áreas foram devolvidas ao Equador em 2008.
Ocorre que de uso do oleoduto era do tipo “ship or pay” o que significa que a Petrobras deveria continuar pagando pelo direito de usá-lo ainda que não transportasse por ele nem uma gota de petróleo.
Pergunta-se: Como uma empresa do porte da Petrobras assina um contrato com esse tipo de cláusula?, sobretudo quando a área internacional da empresa, um mês depois da assinatura do mesmo, datada de dezembro de 2003, advertia: “A obrigação de pagar tarifa, exportando ou não, equivalente a 80.000 barris por dia, resulta num negócio de alta exposição e economicamente inviável nos padrões da Petrobras.”
Isto é inadmissível. A Petrobras não é uma quitanda como disse o senador Pedro Taques, contraditado pela presidente da empresa, quando esta foi dar o seu depoimento no Senado Federal.
Ainda que não queiramos acreditar, considerando o elevado padrão técnico dos técnicos da Petrobras, só podemos atribuir a esse e a tantos outros contratos que vem se sucedendo, com cláusulas prejudiciais a Companhia, a comportamentos duvidosos de seus gestores.
É por essa e outras tantas razões (prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares na aquisição da Refinaria de Passadena, no Texas; prejuízo na construção das Refinarias Abreu Lima em Pernambuco; e COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, em Itaboraí – RJ); aquisição de uma refinaria no Japão, conforme postes que tenho feito no meu blog: http://carlosalbertolopesrj.blogspot.com, que a Petrobras perdeu 180 bilhões de reais em valor de mercado desde o início da atual gestão governamental federal, em 2011, contrapondo-se ao fato de que 9 entre as 10 maiores empresas de energia do mundo ganharam valor desde a crise financeira global de 2008.
É por essa e outras razões que neste mesmo período governamental a dívida da Petrobras cresceu 3,4 vezes, chegando a 223 bilhões de reais.
É por essa e outras razões que devemos, SIM, instalar o mais rápido possível a CPI da Petrobras, a fim de levantarmos todos os desmandos praticados, não para manchar a imagem da mesma, como dizem aqueles que devem estar envolvidos nas falcatruas que vem sendo feitas, desde a muito, com desvios de bilhões e bilhões de reais, como se fossem merrecas, mas, ao contrário, reerguê-la, sem prejuízo de responsabilizar a todos quantos a vem dilapidando, inclusive com a devolução ao erário desses recursos, para colocá-los atrás das grades.
Na Câmara dos Deputados estarei vigilante para que esta CPI não se torne em pizza.