A definição mais simples que encontrei para a
política, quem sabe simplória, mas que a meu ver exprime a sua essência, é: a
ciência de bem governar um povo.
Desde os tempos pretéritos, essa governança é feita
pelos partidos políticos, estes que são associações que visam a um fim
deliberado para a realização de um conjunto de idéias, pensamentos, doutrinas,
valores, programas de um indivíduo ou grupo, orientado para ações sociais e,
principalmente políticas.
Historicamente, a origem do partido pode remontar à
primeira metade do século XIX, na Europa e nos Estados Unidos, com início na
Inglaterra, com o “Reform Act” de 1832, o qual, ampliando o sufrágio, permitiu
que as camadas industriais e comerciais do país participassem , juntamente com
a aristocracia, na gestão dos negócios públicos.
De lá para cá, passando pelos partidos socialistas, na
Alemanha em 1875, na Itália em 1892, na Inglaterra em 1900 e na França em 1905,
é que os partidos tomam a forma de massa, com as mais diversas ideologias.
Faço esta introdução, sem entrar nas minudências das
formações partidárias no mundo, para mostrar que, aqui como lá, considerados os
países que tem poucos partidos, estendemos as nossas agremiações partidárias
tornando o Legislativo brasileiro como um dos de maior fragmentação partidária
do mundo.
Com a reformulação partidária permitida até o dia 5 de
outubro de 2013, passamos a ter 32 partidos.
A recente criação de 3 novos partidos – o PSD, o Prós
e o Solidariedade, sem apoio eleitoral, permitiram que dos 513 deputados
federais, nada menos do que 70 deputados mudassem de partido, canabalizando os
outros já existentes.
Especialistas no assunto; uns criticam, afirmando que
o enorme número de partidos, com diferenças mínimas de ideologias e programas,
se configuram meramente em partidos que servem de estratégias de sobrevivência
eleitoral e dificultam o entendimento do cenário político pelos eleitores.
Outros aprovam, dizendo que a pulverização dos partidos cumpre um papel
fundamental para a governabilidade do país.
Para a reflexão daqueles que me lêem, pergunto: Quanto
custa ao país essa governabilidade de coalizão, que tem de ser cooptada pela
gestão governamental federal? Onde ficam as ideologias partidárias? Quais as
cartilhas que devem ser lidas por esses deputados que mudam de partidos como
mudamos de camisas?
As respostas, certamente, serão dadas nas urnas nas
próximas eleições de 2014, com os eleitores preterindo aqueles que fazem da
política uma carteira de ações.