Na
próxima 2ª feira – 21 de outubro de 2013, está prevista a realização do leilão
para a exploração do Campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, cujo pico
da produção, em 10 ou 15 anos (?), de acordo com a diretora-geral da ANP –
Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard, será de 1,4 milhão de barris de
petróleo por dia.
Já a
IHS, a maior consultoria de energia do mundo, estima a produção em 4,2 milhões
de barris de petróleo por dia em 2020 ou 5,2 milhões de barris de óleo
equivalente se for contabilizado o gás natural.
Segundo
matéria publicada no Jornal Valor Econômico, de 18 de outubro, a diretora
frisa, entretanto, que a estimativa é otimista (?), já que, atualmente, toda a
produção do país é de cerca de 2,2 milhões de barris/dia. Libra, portanto,
representa cerca de dois terços da produção atual do país.
Acrescenta
ainda a diretora que “isso (o pico) depende, é claro, da velocidade de
desenvolvimento do campo” (?), este que depende de o consórcio vencedor da área
conseguir colocar a área em produção (quanto mais cedo, ele terá retorno dos
seus investimentos), mas que, esse desenvolvimento depende da capacidade da
indústria de serviços do setor, ainda incipiente para a demanda que virá (?).
Como
depende da capacidade da indústria do Setor? A nossa Petrobras não detém a
maior tecnologia do mundo em perfuração em águas profundas, como se vem
apregoando, ou esta tecnologia está defasada em qualidade e quantidade para atender
as futuras demandas?
Se,
como diz ainda a diretora, áreas como Libra não serão leiloadas anualmente,
“por causa do investimento, do porte do negócio, de toda a mobilização de
recursos financeiros, humanos, de bens e serviços disponíveis no mundo, com 8
bilhões a 12 bilhões de barris (de óleo recuperáveis), é um área tão grande,
que é muita coisa para ser colocada no mercado, existem outras áreas a ser
leiloadas?
Já a
Consultoria Gaffney, Cline, contratada pela ANP – Agência Nacional de Petróleo,
estima entre 26 e 42 bilhões de barris de petróleo. Afinal, quais os números
corretos, eis que as diferenças são tão gigantescas?
Diante
de tantas incertezas, até porque, até aqui, apenas um poço foi perfurado com
sucesso, e considerando que a diretora da ANP, na matéria mencionada no Valor
Econômico, disse que “pessoalmente, eu acho que a gente vai precisar gastar
2014 estudando um pouco mais as áreas sedimentares brasileiras”, não seria mais
racional termos um planejamento completo do pré-sal, para depois, se for o
caso, licitarmos os campos “descobertos” (Franco, Libra, Iara, Sapinhoá,
Carcará e Júpiter)?
Ou
dotaríamos a Petrobras com os recursos graduais e necessários à exploração
direta dos mencionados campos, mantendo estrategicamente as reservas do
petróleo do pré-sal com a União?