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sábado, 19 de outubro de 2013

PRÉ-SAL: UMA CAIXA PRETA A SER DESVENDADA

            Na próxima 2ª feira – 21 de outubro de 2013, está prevista a realização do leilão para a exploração do Campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, cujo pico da produção, em 10 ou 15 anos (?), de acordo com a diretora-geral da ANP – Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard, será de 1,4 milhão de barris de petróleo por dia.

            Já a IHS, a maior consultoria de energia do mundo, estima a produção em 4,2 milhões de barris de petróleo por dia em 2020 ou 5,2 milhões de barris de óleo equivalente se for contabilizado o gás natural.

            Segundo matéria publicada no Jornal Valor Econômico, de 18 de outubro, a diretora frisa, entretanto, que a estimativa é otimista (?), já que, atualmente, toda a produção do país é de cerca de 2,2 milhões de barris/dia. Libra, portanto, representa cerca de dois terços da produção atual do país.

            Acrescenta ainda a diretora que “isso (o pico) depende, é claro, da velocidade de desenvolvimento do campo” (?), este que depende de o consórcio vencedor da área conseguir colocar a área em produção (quanto mais cedo, ele terá retorno dos seus investimentos), mas que, esse desenvolvimento depende da capacidade da indústria de serviços do setor, ainda incipiente para a demanda que virá (?).

            Como depende da capacidade da indústria do Setor? A nossa Petrobras não detém a maior tecnologia do mundo em perfuração em águas profundas, como se vem apregoando, ou esta tecnologia está defasada em qualidade e quantidade para atender as futuras demandas?

            Se, como diz ainda a diretora, áreas como Libra não serão leiloadas anualmente, “por causa do investimento, do porte do negócio, de toda a mobilização de recursos financeiros, humanos, de bens e serviços disponíveis no mundo, com 8 bilhões a 12 bilhões de barris (de óleo recuperáveis), é um área tão grande, que é muita coisa para ser colocada no mercado, existem outras áreas a ser leiloadas?

            Já a Consultoria Gaffney, Cline, contratada pela ANP – Agência Nacional de Petróleo, estima entre 26 e 42 bilhões de barris de petróleo. Afinal, quais os números corretos, eis que as diferenças são tão gigantescas?

            Diante de tantas incertezas, até porque, até aqui, apenas um poço foi perfurado com sucesso, e considerando que a diretora da ANP, na matéria mencionada no Valor Econômico, disse que “pessoalmente, eu acho que a gente vai precisar gastar 2014 estudando um pouco mais as áreas sedimentares brasileiras”, não seria mais racional termos um planejamento completo do pré-sal, para depois, se for o caso, licitarmos os campos “descobertos” (Franco, Libra, Iara, Sapinhoá, Carcará e Júpiter)?

            Ou dotaríamos a Petrobras com os recursos graduais e necessários à exploração direta dos mencionados campos, mantendo estrategicamente as reservas do petróleo do pré-sal com a União?