Quando dei a minha modesta contribuição a Itaboraí, de 1989 a 1992, ajudando nas ações que proporcionaram a construção do Hospital Municipal Leal Junior; a construção de 4 escolões; a pavimentação de 200 quilometros de asfalto, com a aquisição de uma usina; e tantas outras ações que acabaram por beneficiar não só os 92 municípios do estado do Rio de Janeiro e os 4.500 municípios brasileiros à época, quando à frente da AMCENFLU – Associação dos Municípios do Centro Leste Fluminense, integrada por 14 municípios, conseguimos equacionar o mais grave problema das cidades brasileiras, qual seja o equacionamento das monstruosas e impagáveis dívidas com o INSS e o FGTS, condições primeiras para que as mesmas pudessem conveniar com o governo federal, o que mais ouvia falar era: “precisamos atrair investimentos para gerar empregos para os itaboraienses”.
O Senhor, na sua infinita bondade, resolveu atender as súplicas dos itaboraienses e lhe deu o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro.
E agora José? Como diria o dito popular. O que fazer? A cidade está preparada, em termos de infra-estrutura para receber os vultosos investimentos que dessa dádiva advirão? Teremos um sistema de transportes, habitação, saúde, segurança, educação, saneamento, água, iluminação, capacitação de recursos humanos, tecnologia da informação, telefonia, serviços públicos em geral, dentre outros, compatíveis com o nível de desenvolvimento que virá ou seremos surpreendidos, como tantos outros municípios, os quais, por falta de planejamento e gestão, deixaram-se degradar, com grandes bolsões de pobreza nos seus em tornos, com populações que para elas migraram em busca de um novo eldorado, contribuindo para a criminalidade e a violência?
Estamos preparados para dar o “grande salto”?
Cansei de ouvir na ante-sala do prefeito à época, os itaboraienses que lá iam para pedir empregos, quando perguntados o que sabiam fazer, responder: “qualquer coisinha”.
É preciso que entendamos que acabou a era de fazer-se qualquer coisinha. Empresas na verdadeira acepção da palavra não contratam pessoas que sabem fazer qualquer coisinha.
É preciso que se qualifique a mão-de-obra itaboraiense ontem, sob pena de as empresas que para aqui virão, sem a mão-de-obra qualificada de nossa cidade, a contrate em outros municípios.
Sem ar professoral, mas com o único intuito de, mais uma vez, contribuir com Itaboraí, entendo que é o momento de partir-se para a “Empresa Municipal de Itaboraí S.A”, porque o modelo de “Administrações Municipais Ltda” está falido.
O que quero dizer com “Administrações Municipais S.A” aqui ou em qualquer parte?
É exercer a administração municipal nos moldes da iniciativa privada, com GESTÃO. Isso é possível? É, desde que o Conselho de Administração dessa “empresa”seja composto pelos vereadores e pela sociedade civil organizada, que o presidente seja o prefeito, que os diretores sejam os secretários; que os empregados sejam os servidores – recursos mais importantes – que devidamente qualificados e remunerados, possam para atender com eficácia aos seus acionistas-clientes, que são os cidadãos que compram as suas ações (impostos) para terem o direito de uma melhor qualidade de vida.
Carlos Alberto Lopes é deputado federal pelo PMN/RJ.