Total de visualizações de página

sexta-feira, 28 de junho de 2013

AS DISTORÇÕES DOS GOVERNOS DE COALIZÃO - SUGESTÃO À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF

Governos de coalizão são aqueles em que vários partidos que os integram servem para dar-lhes sustenção política.

Alguns (muitos) dizem que sem maioria no Congresso não é possível governar.

Pode ser.

Mas "nem tanto ao mar, nem tanto a terra".

Dirijo-me a classe política para ponderar: coalizão com que objetivos? Coalizão de planos, programas e projetos, para atender as finalidades principais a que se destinam os governos, quais sejam, as necessidades, as carências e os anseios do povo; ou coalizão corporativista para atender os interesses pessoais dos integrantes dos partidos políticos?

Em razão das recentes manifestações de insatisfações dos cidadãos, que clamam por melhores serviços públicos, melhoria no atendimento da saúde, melhores condições na educação, habitações dignas, melhores salários; enfim, melhores condições de vida, parece-me que a nossa gestão de coalizão, superdimensionada, está mais direcionada para a segunda hipótese.

Nas justificativas para a atual má operacionalização dessas áreas, diz-se, sempre, que não há recursos suficientes para atendê-las.

Os recursos existem. A questão é que os governos (federal, estaduais e municipais) gastam muito e mal; senão vejamos: 

O Orçamento Geral da União autorizado para 2013 é de 2 trilhões e 27 bilhões de reais.

As despesas de investimentos (aquelas que verdadeiramente atendem a população) previstas são de 86 bilhões de reais.

As despesas com a folha de pagamento de pessoal, segundo a CGU - Controladoria Geral da União, é da ordem de 97 bilhões de reais.

As despesas de custeio (compra de materiais e contratações de serviços e outras) vão a 58 bilhões de reais.

Se considerarmos as despesas de pessoal e custeio da administração indireta, temos o valor total das despesas de custeio elevada para 338 bilhões de reais.

Ou seja, gastamos 4 vezes mais com despesas para manter a máquina do governo do que com as necessidades da população.
 
Presidenta Dilma Rousseff, em atenção ao seu chamamento para colaborarmos, faço aqui minha sugestão: convide os dirigentes dos partidos políticos para um encontro de união nacional, e diga-lhes que o governo não tem mais condições de sustentar 39 ministérios, com todas as despesas que deles decorrem: pessoal, materiais, serviços, água, luz, telefone, carros de representação, viagens, cargos em comissão, desperdícios, imóveis funcionais, e todas as demais despesas. 
 
Diga-lhes que o povo deseja um governo de coalizão com a participação efetiva e conjugada dos 3 Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), que estejam imbuídos do espírito de efetivo atendimento das demandas e necessidades da população, em benefício da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. 
 
Diga-lhes que, neste momento, e sempre, a aliança com o povo é tão ou mais importante que a coalizão política, eis que, sem ele (o povo), não teremos representatividade.

Presidenta, faça isto o mais rápido possível e verá que terá o apoio incondicional da população brasileira; esta decisão, de um administração mais enxuta e de um tamanho apropriado, com certeza, será o início da solução dos demais problemas nacionais.

Carlos Alberto Lopes é deputado federal pelo Rio de Janeiro e líder do PMN