A insatisfação popular demostrada por
milhares de jovens em diversas capitais durante o dia 17 de junho foi ecoada no
plenário pelo líder do Partido da Mobilização Nacional (PMN), deputado Dr.
Carlos Alberto (RJ), em discurso feito nesta terça-feira, 18. “Vi
um jovem, em São Paulo, afirmando que a redução dos preços das passagens foi o
estopim para que esses movimentos fossem deflagrados”, afirmou, ressaltando que
“isso retrata parte da insatisfação da sociedade com o status quo aqui e em outras partes do
mundo”.
O parlamentar
fluminense lembrou o cartaz que dizia: “Copa
Fifa - 33 bilhões; Olimpíadas - 26 bilhões; Corrupção - 50 bilhões; Salário
mínimo - 678 reais. E você acha que é por 20 centavos”, para evidenciar os reais motivos das
passeadas e da indignação que tomou conta da sociedade e que já está
repercutindo em vários países.
Dr. Carlos Alberto
assinalou que a sociedade chegou a um nível tal de insatisfação que “estamos
testemunhando o brasileiro preterir uma de suas maiores paixões, que é o
futebol, para tentar incluir na pauta do País a discussão dos problemas
nacionais, tais como as reformas política, tributária, previdenciária,
administrativa, do judiciário, da segurança pública, da saúde, da educação;
econômica; orçamentária, da ética, da moral e dos bons costumes”.
Reformas que, na avaliação do líder do PMN, “vem sendo postergadas
pelo parlamento nacional”, mas que, na verdade, “deveriam embasar o
comportamento dos agentes públicos, nos três poderes e nas três esferas da
federação brasileira”, para que o País pudesse aplacar os desvios de conduta
que geram as improbidades administrativas.
Em seu discurso intitulado “Estamos
cegos e surdos”, Dr. Carlos Alberto assinalou que este é seu primeiro
mandato como Deputado Federal, e, desde o início de sua atuação parlamentar, em
janeiro de 2011, vem defendendo a tese de que os políticos são “meros
representantes do povo”, e que “não recebemos um cheque em branco” para ser
preenchido na hora em que se bem entende e no valor que se achar conveniente.
“Minha defesa se estende aos outros Poderes constituídos de que não
podemos agir como se fossemos os donos da verdade, sem auscultar os reclamos da
sociedade brasileira, as suas necessidades básicas, as suas carências, os seus
anseios”, sustentou, argumentando que “nós fomos eleitos para defendê-las”.
Frustração geral
Em complemento,
dizia leitor que os políticos “julgam-se nas CPI’s e se absolvem, ou se
submetem a foros especiais, como cidadãos diferenciados, além de criar
privilégios financeiros e legais para uso próprio e castas de funcionários
especiais para estarem à disposição de seu bem-estar ou interesse político”.
Assim, finalizou, “são a negação do que deveria ser um portador de mandato
popular”.
O líder do PMN também fez menção à
discussão ocorrida na Comissão da Reforma Política, em 2012, onde, ao se
elencar os principais pontos que deveriam ser abordados, ele levantou a
necessidade de ouvir a sociedade. Ao que
foi contraposto por um parlamentar com o argumento de que não havia tal
necessidade, uma vez que os políticos receberam do povo a delegação para
decidir por ele. Dr. Carlos Alberto replicou dizendo que o colega estava
enganado, pois, sim, o Parlamento precisava ouvir o povo. Ato contínuo, o
presidente da Comissão, junto com um grupo de parlamentares, decidiu visitar várias
regiões brasileiras.
Dr. Carlos Alberto lembrou
ainda que quando foi discutida como seriam bancadas as despesas com a Copa do
Mundo e alguns defendiam a utilização dos recursos do FGTS “votei contra”. Seu
argumento foi o de que havia entendimento de que as despesas seriam bancadas
pelo empresariado. “Não podemos utilizar os recursos do trabalhador
brasileiro”.
Quando de sua defesa
da extinção dos pagamentos dos 14º e 15º salários, outro ponto de insatisfação
por parte de alguns colegas parlamentares. Assim como quando sugeriu à
presidência da Ouvidoria da Câmara que a mesma fosse às Assembleias
Legislativas dos Estados com o para “ouvir os cidadãos brasileiros”. Mesmo
assim, essa sugestão acabou sendo acatada e inúmeras Assembleias Legislativas
foram visitadas.
Dr. Carlos Alberto
deixou claro que nenhum dos pontos levantados em defesa do povo do Rio de
Janeiro e do Brasil tinha a conotação de colocá-lo como um político
diferenciado ou melhor que os demais. Como ponto de referência para dirimir
tais dúvidas convidou internautas e leitores para lerem o artigo “Mea culpa”, escrito por ele em
fevereiro e postado em seu blog: http://carlosalbertolopesrj.blogspot.com/.
Neste artigo, ele
aborda os conflitos entre os três poderes; o questionamento dos
parlamentares da judicialização pelo Poder Judiciário das ações do Poder
Legislativo; a interferência do Executivo no Legislativo, com o excesso de
medidas provisórias; a inação do Legislativo na definição e votação de pautas
nacionais. Tudo, segundo ele, “sob a perplexidade da sociedade brasileira que
não aguenta mais esse estado de coisas”.
Para Dr. Carlos
Alberto, as manifestações recém-ocorridas são justas, democráticas e decorrem
do “saturamento da sociedade” com todos os desmandos e excrecências hoje
existentes, porque, na sua avaliação, “estamos” cegos e surdos diante d tudo
isso. Ele disse não concordar com os excessos provocados por aqueles que querem
aproveitar politicamente desses momentos e que não são objeto da maioria que
quer “ver e sentir um novo caminho para o nosso País”.
Benné Mendonça
Assessor de Imprensa
Liderança do PMN